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Este blog, é fruto de um projeto escolar de alunos de 3ºano de Sorocaba - SP

domingo, 14 de junho de 2015

OUTROS RITMOS

Outros ritmos 


As origens da chilena ou cueca tradicional se encontram na tradição oral recebida do povo árabe-andaluz que acompanhou o conquistador na sua passagem ao Novo Mundo, a que mantém a herança poético-musical árabe chegada à Península Ibérica a partir da dinastia dos Omeya, no século VIII.
 A versão mais comum sobre a origem da cueca diz que ela está relacionada ao ritmo zamaceca peruano, uma versão sul-americana do Fandango espanhol influenciada pelo crioulo africano.
Na América se preservaram traços musicais provenientes da herança musical de uma Espanha tridimensional: cristã, judia e muçulmana. Essa tradição se manteve principalmente por meio da mestiçagem racial e cultural que caracteriza o continente, especialmente por via paterna, e chegou com notável fidelidade até os dias atuais. Graças à persistência da tradição oral é possível recuperar e reconstruir versões originais de espécies que já desapareceram nos seus lugares de origem e que se mantiveram no tempo, com uma enorme força de identidade. Durante o período colonial, essas expressões tradicionais se mantiveram na penumbra, toleradas oficialmente como bailes da terra, alcançaram novo vigor com o processo da independência, para serem posteriormente perseguidas pela sua imensa capacidade de coesão e identidade; justamente pela condição insular do Chile, preservou a sua força mestiça e a tradição árabe-andaluz recebida a partir da Conquista.
A chilena ou cueca tradicional interpreta e trata de reproduzir a perfeição do universo criado por Deus, suas relações matemáticas e a harmonia da evolução dos corpos celestes; há, assim, uma verdadeira interpretação da chamada música das esferas expressa na cultura.
A cueca revela importantes relações com outras espécies musicais da tradição popular, tais como a cumbia, a tonada, o tango, a marinera - que não é outra coisa que a cueca -, a valsa e a canção, assim como com jogos populares que poderiam se denominados de cosmológicos.

O encontro do andino e do ocidental deu origem no Peru a mais de 1.300 gêneros musicais. Mas deles ultrapassaram o âmbito regional e se converteram em símbolos da identidade peruana: o huayno e a marinera.

A capacidade para a fusão e inovação musical exprime vivamente a força integradora e o caráter dinâmico da cultura peruana.
A marinera, o festejo, o tondero e a polca são elementos dessa manifestação cultural costeira, ainda que, com o passar dos anos estas formas tenham evoluído, tanto na sua interpretação como no ritmo e na dança.
Nesta amálgama de ritmos que dão origem à marinera, figura também a expressão indígena nesse "AI!" dolorido que rasga o ritmo, que sonha com a tristeza de um lamento e o protesto de um povo que sentiu a opressão.
A marinera, dança típica peruana, ocupa um dos primeiros lugares no folclore nacional peruano. É reconhecida como o baile nacional por excelência e o seu ritmo e coreografia sintetizam a alma mestiça peruana.
Sendo o Perú um país de muitas regiões e diferentes culturas, desde a costa à serra e à selva, oferece uma imensa variedade de estilos musicais, que repousam nas raízes profundas da música crioula.
O merengue é nacionalmente Dominicano, mas também conhecido em Porto Rico, Haiti e Venezuela. A sua origem foi uma dança cioula, e sua primeira referência escrita data do século XIX. 
 Na sua forma tradicional, o merengue, chamado Merengue Ripiao, é tocado por três instrumentos básicos, expressão das influências culturais, nas quais se misturam o aborígene, representado pela guira, o africano pelo tambor e o europeu pelo acordeão, que introduzido no final do século passado, substituiu rapidamente o Cuatro. A letra expressa em coplas e estribilhos refere-se a assuntos da vida quotidiana. Toda a música é escrita a um ritmo de 2 x 4.
Este merengue de origem popular e expressão rural, tardou muito tempo até ser adotado pela classe alta nos salões de baile, reação esta que foi vencida, pouco a pouco, pelo sabor e poder de sedução do seu ritmo e graças à grande contribuição do Maestro Luis Alberti que compôs merengues para serem tocados pela sua orquestra, nos grandes salões. Nasceu assim, o merengue de salão, aceite pela "boa sociedade dominicana", tocado com "letras decentes" e às quais os músicos populares trataram de dar continuidade. Estas duas formas bem diferenciadas do merengue coexistem hoje na República Dominicana, sendo a segunda mais difundida, tanto a nível nacional como internacional.



O tango é um estilo musical e uma dança a par proveniente do Cone Sul da América do Sul. Nasceu em meados do século XIX em Buenos Aires e Montevideo. No início do século XX espalhou-se pela América do Norte e pela Europa.
O tango apareceu em Buenos Aires a partir do final do século passado derivando da habanera, da milonga e de certas melodias populares europeias
É a partir do fim de 1880 que surge o tango como música. A coreografia que se dançava era totalmente improvisada, com muitas paradas chamadas "cortes" (o dançarino parava de dançar para fazer poses com a sua parceira) e "quebradas" ( movimentos de cintura imitados dos negros). Os pares dançavam muito unidos, o que era escândalo para a época. É desta época a figura chamada de "parada". 
Nas duas décadas seguintes, o desenho realizado no chão com os pés é o que é valorizado na dança. É desta época os passos denominados "meia-lua" e "oito". Nesta fase os pares se distanciam e os corpos formam um arco, provavelmente em função da criação do desenho no piso. Entre 1920 e 1940, a postura dos dançarinos se modifica mais uma vez, tornando-se mais elegante; é quando surge o tango de salão. Já não interessa apenas o dançar e sim como dançar. É na década de 40 que se inicia a massificação do ritmo, pois foi quando mais se dançou o tango. Porém não houve um ganho na qualidade. Apenas nas décadas de 50 e 60 que os famosos "ganchos" e suas variações- tão popularizados no tango de apresentação- aparecem. Em 1970 a maior influência que o ritmo sofre é a do ballet clássico. 
  Com a grande emigração de europeus, a música e dança foi como que “contaminada” por outros gêneros musicais, tais como a “habanera” e a “milonga”. O primeiro é um ritmo de origem afro-cubana que foi levado para a Espanha e que, modificado, retornou à América. É uma música de compasso binário, com o primeiro tempo fortemente acentuado, com uma curta introdução seguida de duas partes de oito compassos cada uma, com modulação do tom crescente. O segundo é um canto e dança da Andaluzia que, nos fins do século XIX, se popularizou nos subúrbios de Montevidéu e Buenos Aires. A fusão dos tambores com a habanera, com a milonga e com ritmos de origem européia, resultou em um som mestiço, em um ritmo menos sexual mas ainda sensual.
Quanto à expressão “tango”, em diversos dialetos de regiões de onde provieram os mais significativos contingentes de escravos vindos para a América (Congo, golfo de Guiné e Sudão meridional), significa lugar fechado, círculo e esconderijo. Os traficantes se apropriaram do termo para identificar os locais de concentração de escravos, antes do embarque e após o desembarque. Na América o termo teve vários significados, porém sempre diretamente ligados aos escravos africanos ou aos seus costumes e cultura: reunião de escravos boçais, local de bailes, música de escravos. Hoje, a palavra tango significa essencialmente música nacional Argentina.
Cumbia é um dos principais marcos da expressão africana na América, já que os "fundadores" foram os descendentes de escravos colombianos vindos da África.  
A palavra cúmbia vem de cumbé, que significa festa. É originaria da parte alta do vale do río Magdalena (Colômbia), da zona geográfica denominada a depressão momposina, e mais precisamente da zona correspondente ao país indígena Pocabuy (incluídas as culturas das sabanas e do Sinú) que esteve conformado pelas atuais populações de El Banco, Guamal, Menchiquejo e San Sebastián no Magdalena, Chiriguaná e Tamalameque no Cesar e Mompós, Chilloa, Chimí e Guatacá no Bolívar.  
A forma mais autêntica de a cumbia é exclusivamente instrumental, executada e seguida tradicionalmente por o conjunto de tambores: chamador, alegre, tambora, assim como a flauta de milho o as gaitas, macho e hembra, as maracas e el guache. A cumbia cantada é uma adaptação relativamente próxima em que o canto de solistas e coros ou quartetos se alternam à da flauta de milho ou das gaitas. O conjunto de cumbia é uma ulterior evolução do originário conjunto da tambora, estando o conjunto de tambora conformado por o tambor alegre e o chamador e, em alguns casos, pela tambora. É um baile meramente cantado, como o chandé, com suas palmas e coros, junto ao qual logo se somaram os pitos das gaitas ou dos milhos.
Os africanos que chegaram como escravos a estas regiões, ao contar a historia de seus grupos étnicos e aqueles feitos famosos dignos de guardar na memória, se serviam de certos cantos que distinguiam com o nome de “areítos”, que queria dizer, Bailar cantando: Pondo no alto as candeias, levavam o coreo, que era como a lição histórica que, depois de ser ouvida e repetida muitas vezes, ficavam na memória de todos os ouvintes. 
A cumbia é uma dança e ritmo com conteúdos de três vertentes culturais distintas, a saber: negra, branca (espanhola), e indígena, sendo fruto da larga e intensa miscigenação dada entre estas culturas durante a conquista e colonização das terras americanas. 

Reggae - Jamaica

O reggae é um gênero musical que tem suas origens na Jamaica. O auge do reggae ocorreu na década de 1970, quando este gênero espalhou-se pelo mundo. 
É uma mistura de vários estilos e gêneros musicais: música folclórica da Jamaica, ritmos africanos, ska e calipso. Apresenta um ritmo dançante e suave, porém com uma batida bem característica. A guitarra, o contrabaixo e a bateria são os instrumentos musicais mais utilizados. As letras das músicas de reggae falam de questões sociais, principalmente dos jamaicanos, além de destacar assuntos religiosos e problemas típicos de países pobres.
O reggae recebeu, em suas origens, uma forte influência do movimento rastafari, que defende a idéia de que os afrodescendentes devem ascender e superar sua situação através do engajamento político e espiritual. 
Na década de 1950, começam surgir os grandes nomes do reggae como, por exemplo, Delroy Wilson, Bob Andy, BurningEspear e Johnny Osbourne, e as bandas The Wailers, Ethiopians, Desmond Dekker e Skatalites. Nesta época, grande parte das rádios da Jamaica, de propriedade de brancos, se recusavam a tocar reggae. Somente a partir da década de 1970, o reggae toma corpo com cantores que ganham o mundo da música. Jimmy Cliff e Bob Marley tornam o reggae um estilo musical de sucesso no mundo todo. Em 1971, a música I CanSeeClearNow de Johnny Nash, assume o topo na parada musical de várias rádios na Inglaterra e Estados Unidos
Existem muitas versões para a origem do nome reggae, entretanto a mais aceita é a que este seria uma adaptação da palavra “ragged”, que indica uma roupa suja e rasgada ou a pessoa que a usa. O nome é uma indicação clara das origens do reggae, que nasceu nos barracões de zinco das favelas jamaicanas, em um período de intensa experimentação musical, absorvendo as contribuições do ska e do rocksteady e canalizando tudo em um novo gênero musical.
Joropo é, por excelência, a dança típica da Venezuela, embora também sejam destacadas a Salsa e La Locaína. Alguns acreditam que a palavra Joropo provém de xarope, palavra árabe que significa jarabe (bebida, porção). Além disso, pensa-se que o Joropo veio da Europa, pois possui formas e maneiras semelhantes ao flamengo e a outros bailes da região da Andaluzia, na Espanha. Essa semelhança se deve à fusão cultural que se deu na Venezuela à época da colonização. 
 Existem três tipos de Joropo. O de Llanero, que se caracteriza por sapateado forte do homem e passos muito sutis da mulher). Já o Tuyero central, comum na parte central do país, é mais pausado, mas seu ritmo é mais acelerado. E há também o Oriental, que se usa para celebrar a Cruz de Mayo, na parte Leste do país. 
 Os dançarinos ficam em um círculo e giram ao contrário dos ponteiros do relógio, formando figuras tradicionais. O homem guia a mulher e esta o segue. São quatro os instrumentos típicos para se tocar o Joropo: o bandolim, uma espécie de viola, um tipo de harpa e as maracas.
 Na verdade,oJoropo não é só um estilo musical, também é dança, e representa uma festa popular, é um baile alegre e divertido e reúne seus participantes,em cada zona geográfica toma sua própria essência, e e desenvolve diferentes figuras e passos em cada lugar, existindo assim figuras básicas que os identificam..
 Não é por acaso, aliás, que Niento não reluta em afirmar: “El Joropoesel alma de Venezuela hechacanción”.

Salsa, em castelhano, significa "tempero", e a adoção do nome quis transmitir a idéia de uma música com "sabor". Resultado da mescla e da fusão de distintos gêneros da música cubana, principalmente o Son (conhecido como a salsa cubana - originou-se do danzón, dança parecida com um bailado medieval, uma mistura de derivados hispânicos e elementos africanos, bastante praticada em Cuba no século XIX), e a Rumba e seus derivados, com elementos de outros gêneros caribenhos como a Bomba, a Plena, a Cumbia, de gêneros latino-americanos como o Samba e o Tango.  

  Podemos dizer que a Salsa é música, principalmente, do Caribe mulato com perspectiva pan-americana criada em um meio social pluricultural e hostil a novas tradições e costumes.

  O ritmo nasceu nos campos do oriente cubano nas comunidades rurais (não muito longe de Santiago e Guantánamo), na segunda metade do século XVIII, tendo como antecedentes a influência hispânica, francesa e logicamente africana. Devido a essa união perfeita, ao chegar nas cidades no início do século XIX se converteu rapidamente no favorito de todos. No seu início, a Salsa foi duramente criticada , pois era música irreverente proveniente do subúrbio, seu impacto em Nova York e em todo o Caribe foi avassalador. 



  Em 1909 fez sua entrada em Havana, nas mãos dos soldados do exército permanente do governo da época. Mas não é até 1920 que aparece o Sexteto Habanero, um grupo que marcou o estilo que se distingue do son, formato que predominou nos grupos dessa época era: Contrabaixo, Três (guitarra que tem 3 pares de cordas), Guitarra, Cravo, Maracas, Voz e uma Trompete (opcional).

  Nos anos 60, ocorreu um fenômeno denominado salsa boom: foi quando este ritmo começou a ser tocado e dançado em diversas partes do mundo. No final da década de 70, a salsa abandonou os temas que abordavam a realidade dos bairros latinos em favor de letras românticas. Com isso, apesar das críticas, o ritmo começou a mudar de estilo. Atualmente, Miami e Porto Rico são os lugares onde aparece uma salsa moderna, enquanto em Cuba, devido ao regime político, o ritmo estagnou-se. 


TEXTO TIRADO DE 
http://ritmosdaamericalatina.blogspot.com.br/2008/11/como-surgiram-os-diferentes-ritmos.html

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